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  • Foto do escritorPsicólogo Renato Orlandi

O legado de Saturno – saúde mental dos homens

 "Saturno era o deus romano da agricultura, da geração e ajudou a criar a antiga civilização romana. Sua encarnação grega, Crono, nasceu do princípio masculino Urano e do feminino Gaia. Urano odiava os filhos por temer o potencial deles, Gaia, fabricou uma foice e induziu Crono a atacar o pai, ele o golpeou e cortou seu falo. Assim Crono-Saturno substituiu o pai, tornando-se tirano de igual magnitude, sempre que ele e sua consorte Reia tinham filhos, ele os comia. A única criança que evitou esta sina foi Zeus. Por sua vez, Zeus liderou uma revolta contra o pai, dando início a uma guerra, muitas forças civilizadoras emergiram com o triunfo de Zeus, mas ele também se tornou prisioneiro do complexo do poder e tornou-se dominador. Assim, a história de Crono-Saturno envolve poder, ciúme, insegurança, violência para com o princípio do Eros, com a geração e com a terra. O poder em si é neutro, mas sem o Eros (amor) ele é perseguido pelo medo e pela ambição compensatória, arremessado em direção a fins violentos. A maioria dos homens ao longo da história cresceram sob a sombra deste legado saturnino. Sofreram com a corrupção do poder, movidos pelo medo, ferindo a si mesmos e aos seus semelhantes” (Hollis. Sob a sombra de Saturno: a ferida e a cura dos homens).


Aprendemos desde cedo, pela experiência do masculino, o que é ser um homem na sociedade, Hollis diz que os lemas mais pesados de Saturno são o “trabalho”, a “guerra” e a “preocupação”. Isto quer dizer que para ser homem é necessário trabalhar, deixar de viver para sustentar a casa, se sacrificar e ser ausente da família e da vida social para trazer o alimento. Que homem é quem protege sua casa, é aquele que defende seu país, que o herói só pode ser aquele que volta da guerra, torturado e mutilado. E que o homem deve ser responsivo e responsável, então precisa ficar sempre em alerta, ansioso e paranoico para dar conta de todas as coisas. Este é o legado de Saturno que deixou marcas no masculino até hoje, uma força arquetípica e uma ferida que precisamos olhar porque nos influencia e nos move profundamente.

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