A Hybris, na mitologia grega, personifica a insolência, a arrogância e a soberba. Era filha da noite (Nix) com a escuridão profunda (Ébero) e Petulania em sua versão romana, espírito da lascívia e do orgulho imprudente. Constitui uma expressão da desmedida do homem que, com sua confiança excessiva, ultrapassa os seus limites humanos, entre aquilo que é permitido ao plano da consciência e tenta se apropriar do divino, território exclusivo dos deuses, terminando sempre em punição.
Diversos mitos gregos (Íxion, Belerofonte, Cassiopeia, Asclépio, Sísifo, Midas, Tântalo e Ícaro) retratam situações em que seus personagens se rebelam contra a ordem cósmica, sendo duramente penalizados. Ícaro é um exemplo, voou tão alto, mas não poderia se aproximar do deus sol, o calor derreteu a cera com a qual suas asas foram feitas, ele caiu e morreu. A falta de controle dos próprios impulsos e das paixões leva aos excessos, é preciso saber o nosso tamanho, nem mais e nem menos.
Assim como precisamos saber que qualquer conhecimento, seja científico ou sobre a vida e nós mesmos também implica e maior responsabilidade sobre o mundo. Vejo algumas pessoas possuídas pelas hybris com falas do tipo “ele que trabalhe isto na própria terapia, porque esta lição eu já aprendi” ou “ele ainda está fazendo isto, é infantil, eu sou maior do que isto” ou “ele é burro, eu sou mais analisado, sei de mais coisas e estudei mais”. A questão então é, para que você está se desenvolvendo?
E mais: a sua diferenciação da massa dimórfica da ignorância espiritual realmente está fazendo alguma diferença para o mundo? Seu processo de autoconhecimento está te levando para um lugar de humildade? Você já descobriu que a finalidade da existência é a do servir? Que enquanto houver alguém infeliz no mundo não será possível que você encontre a sua felicidade? Toda a natureza é una e avança junta, assim como toda forma de sua degradação lesa também um pedaço da nossa alma.
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