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  • Foto do escritorPsicólogo Renato Orlandi

Comportamento passivo-agressivo

É considerado um transtorno em que, em situações adversas, a pessoa expressa de forma sutil, dissimulada ou indireta os seus sentimentos, por meio do silêncio, do isolamento, ironias, sarcasmos, intimidações, piadas, deboches, indiretas, palavras dúbias, cinismo ou vitimização, sendo incapaz de enfrentar o conflito de forma clara e assertiva. Assim, não vai ao enfrentamento daquilo que a perturba, seja uma chateação ou desejo na relação, não comunica de forma clara e não resolve o problema, quando sabe de sua existência.

Um exemplo básico e direto são as respostas irônicas de: “oi, tudo bem”, que podem ser as mais variadas, mas que fogem da comunicação do sentimento real, ao invés de dizer: “estou mal, estou triste por isto e aquilo”, a resposta que vem é: “e quem está bem nos dias de hoje, bem está você que tem dinheiro, e pode ficar bem com tanta tragédia” … Qual é a linha que divide humor (função psíquica natural) de mecanismo de defesa (chiste)?

Não existe consenso sobre o tema, apesar do que dizem, que o sarcasmo e a ironia são indicativos de inteligência abstrata, também são mecanismos de defesa do neurótico por medo do conflito, é um comportamento infantil de manutenção da submissão por fuga do enfrentamento, é uma forma de estabelecer poder, de manipular e controlar, porque o outro, ao não entender bem o que está acontecendo, não tem como se defender ou ajudar e fica como vítima, culpado e reforçador do seu algoz por ganho secundário. Afinal, quem nunca baixou a guarda para tratar de um outro que está bravo? Mas não é o outro que precisa aprender a ser flexível e sim quem não tem controle emocional e comunicação assertiva.

Existe a criação de uma atmosfera de ressentimentos implícitos, de desconforto e de que a situação ficou mal resolvida, mas não existem discussões, nem brigas, nem conflitos diretos, são exemplos as falas como “tudo bem, eu te entendo, eu só queria ajudar, não se preocupe, eu não estou com raiva, eu só estava brincando”, acompanhados de tom de voz e expressão facial dissonantes. A teimosia e a procrastinação ao realizar algo que foi pedido também podem ser exemplos de comportamento passivo-agressivo, quando o indivíduo não aceita a situação, prefere não dizer claramente, mas sabotar o ato com erros e atrasos.

Por isto é considerada uma forma de violência psicológica e de agressividade, está intimamente relacionada e é compreendido como sintoma de outros transtornos como os de personalidade narcisista e borderline, transtornos bipolar e de conduta e da depressão. Quem se expressa desta forma está em sofrimento, com medo e preso num modo de funcionamento infantil, por isto é importante que a pessoa tente ser honesta com os outros e com os seus próprios sentimentos para aprender a expressá-los de forma saudável, clara e objetiva, mesmo que sejam negativos ou indigestos.

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